Cresce cada vez mais o número de pessoas que se preocupam com o cuidado e respeito aos pets. Isso também se estende para quando eles precisam de uma cirurgia, sendo assim, o uso de paramentação cirúrgica veterinária é essencial.

Quando um paciente está em um hospital ou clínica veterinária, corre o risco de contrair uma infecção. Os responsáveis por essas unidades devem ter cuidado para que o animal, em seu estado já vulnerável, não contraia uma infecção ou doença nosocomial.

O ambiente, o paciente ou a equipe cirúrgica podem gerar agentes contaminantes, por isso, toda a cautela é pouca.

Para que nenhum paciente sofra com contaminações e doenças hospitalares que podem ser até mesmo fatais, existe uma série de cuidados a serem tomados.

Pensando nisso, elaboramos este artigo para você saber tudo o que uma boa paramentação cirúrgica veterinária precisa. Confira!

 

Qual a importância da paramentação cirúrgica veterinária?

A sala de cirurgia está repleta de muitos materiais e equipamentos, além das pessoas que trabalham nela. Durante qualquer operação, o paciente fica com a pele aberta por conta de sua ferida cirúrgica, por isso fica exposto a muitos germes e bactérias.

As técnicas assépticas são diretrizes que devem ser seguidas para evitar infecção ou contaminação. Essas regras regulamentam de forma criteriosa o uso de vestimentas adequadas, limpeza de superfícies e equipamentos de esterilização.

O campo estéril é uma área onde apenas as coisas esterilizadas podem estar dentro. A equipe cirúrgica tem que usar roupas estéreis, sendo uma das principais regras de assepsia.

O sucesso da operação e da recuperação do paciente dependem da paramentação cirúrgica veterinária dos profissionais que realizam o procedimento.

A paramentação cirúrgica foi originalmente criada para proteger os pacientes da contaminação bacteriana nas salas de cirurgia, incluindo o ambiente, equipamentos e profissionais.

 

O que compõe a paramentação cirúrgica veterinária?

A paramentação cirúrgica é um uniforme usado por profissionais em cirurgias para protegê-los do sangue e outros fluidos corporais de seus clientes.

O vestuário inclui: uniforme pessoal (blusa e calça), gorros, máscaras de proteção, capas para sapatos, avental e luvas. Veja mais detalhes a seguir.

 

1. Roupas secundárias (uniforme)

Também são chamadas de uniformes privativos, vestes cirúrgicas ou ainda, de pijama cirúrgico, devem ser utilizadas antes da paramentação e devem ser estéreis.

Podem ser feitas de algodão ou não-tecido, em geral, polipropileno. Essas roupas devem cobrir os membros inferiores, tronco e axilas.

Devem ser usadas apenas dentro da área do centro cirúrgico veterinário, mas, em alguns hospitais e clínicas, é exigido o uso de jaleco.

 

2. Gorro/touca

Para ajudar a reduzir a propagação de microrganismos, gorros ou outras coberturas de cabeça são usadas na sala de cirurgia.

Todos que trabalham no centro cirúrgico devem usar touca, que precisa ser confortável e durável. O gorro deve cobrir todos os cabelos.

 

3. Máscaras como paramentação cirúrgica veterinária

Para minimizar o vazamento de ar, uma máscara deve ser usada na sala de cirurgia e amarrada atrás do pescoço, cobrindo o nariz e a boca.

Gotas de saliva e microrganismos podem ser barrados pela máscara. Seu principal trabalho é proteger as incisões cirúrgicas de aerossóis e gotículas.

Ela é obrigatória para toda a equipe presente na sala de cirurgia e deve ser trocada ao ficar úmida ou suja, e não pode exceder 4 horas de uso.

 

4. Capas de sapato (propé)

Os propés devem ser utilizados para protegerem os sapatos de levarem sujeiras para o centro cirúrgico. Elas funcionam como uma barreira das bactérias hospitalares e evitam a contaminação na sala de cirurgia.

 

6. Avental esterilizado como paramentação cirúrgica

Um avental estéril deve ser usado por profissionais quando trabalham na sala de cirurgia. Bisturis e outros equipamentos perigosos podem perfurar a roupa, por isso ela deve ser forte.

Eles devem cobrir os membros superiores até o punho, membros inferiores até o joelho e o tronco. Possuem apenas uma camada de tecido, são confeccionados em algodão hospitalar ou em TNT (tecido não tecido) de SMS e BFE (Eficiência de Filtração Bacteriana).

A parte externa do avental não pode ser tocada, então o assistente tem que amarrar as alças.

 

7. Luvas cirúrgicas

As luvas são colocadas sobre as mãos para mantê-las estéreis. É um item essencial de proteção.

A equipe cirúrgica deve usar luvas para proteger a si e ao paciente de agentes infecciosos. Sua principal responsabilidade é garantir que nenhum microrganismo na pele do profissional possa infectar o seu paciente.

Os pacotes de luvas são estéreis somente se a embalagem não estiver comprometida, caso contrário, as luvas devem ser descartadas.

 

Passo a passo da paramentação cirúrgica veterinária

Como você pode ver, a equipe cirúrgica pode ser um vetor de contaminação. Eles também estão sujeitos ao contato com agentes infecciosos. Portanto, eles devem se preparar de acordo com regras muito cuidadosas.

A preparação do pessoal inclui:

  1. Colocar uniforme cirúrgico, gorro, máscara e as capas de sapato;
  2. Escovar as mãos e antebraços;
  3. Colocar aventais cirúrgicos e luvas.

 

Confira mais detalhes sobre o passo a passo da paramentação cirúrgica veterinária:

 

1. Colocar uniforme cirúrgico, gorro, máscara e as capas de sapato

Na área limpa do centro cirúrgico, onde fica o vestiário, a equipe deve se paramentar. Nesse momento, deve-se colocar o uniforme ou pijama cirúrgico, a touca ou gorro, a máscara e as proteções dos sapatos, respeitando essa ordem.

 

2. Lavar as mãos

A lavagem das mãos é importante para reduzir a propagação de doenças, removendo mecanicamente a sujeira e a graxa visíveis de suas mãos.

Deve ser feito antes e após o contato com o paciente, mesmo que sejam utilizadas luvas pelo profissional durante esse procedimento.

 

3. Escovar mãos e antebraços

Em seguida começa a escovação. Sua finalidade é remover a microbiota temporária presente na superfície da pele das mãos e braços, ou seja, reduzir as bactérias que podem entrar em contato com o paciente.

A equipe deve esfregar as mãos e antebraços para garantir uma limpeza completa, prestando atenção especial às unhas e entre os dedos.

  1. Use um fluxo de água constante e suficiente para lavar as mãos e antebraço, incluindo a região do cotovelo;
  2. Abra as embalagens individuais de espátula, escova, antissépticos e espuma para realizar a escovação;
  3. Limpe a parte de baixo das unhas com as espátulas, distribua o antisséptico nas mãos e antebraços. Escove bem os dedos, o dorso e a palma da mão;
  4. Ambas as mãos devem estar niveladas acima dos cotovelos, permitindo que a água flua da área mais limpa para a menos limpa, ou seja, escorra das pontas dos dedos até os cotovelos;
  5. O caminho para sala de cirurgia deve ser feito mantendo as mãos acima do nível dos cotovelos;
  6. Seque as mãos com compressa esterilizada, com movimentos de compressão e no mesmo sentido: das mãos para os cotovelos.

 

4 – Colocar aventais cirúrgicos e luvas

Após a escovação, o próximo passo é colocar a bata ou avental cirúrgico. Veja como colocá-lo de maneira adequada:

  • Os aventais devem estar dobrados de forma que a parte externa e as mangas fiquem voltadas para dentro;
  • Pegue-o pela gola, impedindo que ele toque em locais não-estéreis;
  • Segure na altura dos ombros, com as mãos elevadas e deixe ele se desdobrar sozinho, sem sacudir;
  • Não se esforce para passar as mãos pelos punhos do avental para não friccionar e desenvolver bactérias.

E, finalmente, colocar as luvas cirúrgicas seguindo técnicas: fechada, aberta ou assistida. Deve-se tomar todo o cuidado para que as mãos não entrem em contato com a parte externa da luva.

 

Concluindo

Como você pôde ver neste artigo, a paramentação cirúrgica veterinária são roupas e outros itens que protegem tanto o cirurgião quanto a equipe, assim como os animais submetidos a um procedimento invasivo.

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Sabe o que não pode faltar no centro cirúrgico veterinário em termos de assepsia? Veja aqui!

 

Revisão Científica:

Prof. Dr. Marco Antonio Gioso

CRMV-SP: 5642

Professor livre-docente da Universidade de São Paulo.

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