Investir em segurança é essencial para o bem-estar do ser humano, quando o assunto é proteção profissional, o tema torna-se ainda mais importante. Neste artigo, você aprenderá sobre a importância da utilização de EPI, equipamentos usados por profissionais para protegê-los durante o exercício de suas atividades.
Todos os dias e em diversos segmentos, trabalhadores expõem suas vidas em prol de um bem maior. Desse modo, situações de risco de nível mínimo a alto estão presentes na vida de alguns profissionais, que se arriscam diariamente no cumprimento de suas atividades.
Porém, existem formas de extinguir essas intercorrências, ou pelo menos diminuí-las. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 96% dos acidentes de trabalho podem ser evitados.
A principal e mais eficiente forma de aumentar a segurança dos profissionais é o uso dos EPIs, que possuem importância significativa em relação à qualidade do trabalho e de vida dos trabalhadores.
Continue a leitura para saber mais.
O que é EPI?
EPI significa Equipamento de Proteção Individual. Apesar da sigla aparentemente simples, seu uso garante a segurança de profissionais de diversas áreas.
Certas funções demandam do funcionário cuidados especiais, porque direta ou indiretamente causam riscos à sua saúde e segurança.
Por esse motivo, os equipamentos são estabelecidos de acordo com as atividades exercidas pelo profissional e têm como objetivo principal a proteção contra as possíveis ameaças à vida do trabalhador, seja em relação à saúde ou à segurança.
Portanto, devido a essa importância, a utilização dos EPIs em funções específicas é obrigatória e determinada pela Lei n.º 6.514/77 da CLT e regulamentada pela NR6.
Todos os equipamentos devem ser oferecidos pela empresa e de maneira alguma devem ser cobrados, pois é obrigação dos gestores oferecê-los gratuitamente.
Quer saber mais sobre os EPIs? É só continuar lendo.
Quais são os tipos de EPI ‘s e quais são os mais utilizados?
Os tipos de EPI variam de acordo com a função executada. Dependendo da atividade, a importância em proteger certas partes do corpo é mais relevante e exige um tipo diferente de equipamento.
Os tipos de equipamentos de proteção mais comuns e utilizados são:
- Proteção auditiva: abafadores de ruídos, protetores auriculares;
- Proteção respiratória: máscaras respiratórias, filtro, respiradores;
- Proteção visual e facial: óculos, máscaras de solda, viseiras;
- Proteção de cabeça: capacetes, capuz, bala clava;
- Proteção de mãos e braços: luvas, mangas, braçadeiras;
- Proteção de pernas e pés: sapatilhas, sapatos, botas de PVC, botinas;
- Proteção de tronco e membros superiores: avental cirúrgico, avental impermeável, avental laminado;
- Proteção contra quedas: cintos de segurança, cinturões.
Enfim, cada um desses itens tem importância para a segurança dos profissionais. O uso de cada um deles deve ser de forma correta e sempre que necessário.
Os EPIs como aventais, luvas, protetores auriculares, luvas, cintos de segurança, máscaras, sapatilhas e capacete são os mais utilizados pelos trabalhadores em todo o mundo.
Benefícios dos EPI’s para os profissionais e para as empresas
● Funcionários mais seguros
O número de acidentes diminui drasticamente com o uso dos equipamentos de proteção. As chances de acidentes são diminuídas e se eventualmente acontecem, as consequências são muito menores do que se não estivessem sendo utilizados.
Essa com certeza é a razão da existência dos equipamentos. Parece óbvio, o fato é que ainda existem empresas e colaboradores que encaram o uso dos EPIs como uma obrigação desnecessária ou até mesmo um exagero.
Mas é inegável que contar com a sorte nem sempre dá certo. Por mais que o funcionário exerça suas atividades de forma exemplar, os riscos de acidentes muitas vezes independem da ação humana.
● Maior produtividade
Imagine que está em um ambiente escuro, mas familiar. Você conhece o lugar, mas não enxerga nada à sua frente. Então, por mais que conheça, sua mobilidade ficará prejudicada, mais devagar e cautelosa, até mesmo insegura.
O mesmo acontece no ambiente de trabalho. Mesmo que saiba exatamente todas as suas funções e as execute perfeitamente, sem os equipamentos de proteção e conhecendo todos os riscos, a produtividade diminui.
Nesse caso, a atenção e o foco passam a ser mais sobre evitar acidentes do que nas atividades em si. Isso demanda mais tempo, e por consequência, o rendimento e a eficiência do trabalho diminuem.
● Ambiente de trabalho mais saudável
Como consequência, o ambiente de trabalho melhora a partir do momento em que se tem a certeza da segurança de todos e da produtividade satisfatória.
Um lugar que transmite confiança é importante para que as pessoas se sintam seguras, e no trabalho, isso é fundamental, pois é onde os profissionais passam boa parte do seu dia.
E quando não há sensação de proteção, a motivação diminui. Assim, sentir-se amparado faz com que os colaboradores se sintam mais à vontade, e a relação entre empresa e funcionário se fortalece.
Isto significa um local de trabalho saudável não apenas porque promove segurança, mas confiabilidade e bem-estar.
● Maior qualidade de vida em geral
Em conclusão ao item anterior, a satisfação dos profissionais aumenta, diminuindo possíveis reclamações e fazendo com que eles se sintam mais aptos e valorizados.
Ainda sobre o ambiente de trabalho saudável, podemos relacionar esse fator diretamente à qualidade de vida dos colaboradores. O descontentamento do funcionário com a empresa na qual trabalha, ocasiona consequências negativas em sua qualidade de vida.
Não é difícil ouvir histórias de pessoas que tiveram sua saúde prejudicada devido à problemas no trabalho.
Dessa forma, podemos concluir que os EPI,s proporcionam aos profissionais maior percepção de bem-estar, saúde e segurança.
● Cumprimento da legislação
Para a empresa, é essencial estar de acordo com todas as leis que regem a segurança do trabalho. Estar em dia com a lei é um fator importante não apenas para manter a segurança de seus profissionais, mas também para manter-se alinhada às exigências do Ministério do Trabalho e Previdência.
Quais são os principais segmentos em que o uso de EPI é obrigatório?
Todos os ambientes de trabalho exigem segurança. Por mais inofensivos que pareçam, a importância em zelar pela saúde deve ser levada em consideração em qualquer lugar.
Mas, é evidente que determinados segmentos devem focar na segurança dos profissionais, pois têm atividades mais perigosas, como:
- Setor alimentício – por conta do cuidado extremo com limpeza e higienização, profissionais desse ramo precisam dos EPIs para evitar a contaminação dos alimentos.
- Construção civil – lesões graves, elevado número de quedas, manipulação de equipamentos perigosos são comuns nesse segmento.
- Mineradores – os riscos de desmoronamentos e a exposição a partículas danosas à saúde fazem parte do cotidiano desses trabalhadores.
- Eletricistas – os profissionais da área elétrica se submetem a altas tensões, o que pode causar acidentes irreversíveis, além das quedas que podem ocorrer facilmente nesse setor.
- Indústrias em geral: produtos químicos, inflamáveis, máquinas de grande porte, ferramentas e materiais perigosos, entre outros fatores, fazem da indústria um setor que necessita de cuidados especiais.
- Setor hospitalar: nesse caso, os EPIs servem como proteção de todos para evitar a proliferação de agentes malignos e contaminações de todos os tipos.
Quais são as responsabilidades dos profissionais e das empresas no uso do EPI?
Visto a importância dos equipamentos de proteção, uma empresa que assegura e se importa com a segurança de seus funcionários deve obrigatoriamente fiscalizar seus setores.
Portanto, no âmbito da segurança e saúde dos profissionais, o controle do EPIs é indispensável. Por esse motivo, fazer vista grossa está longe de ser o adequado. Para que os equipamentos exerçam sua real função as empresas precisam se comprometer com:
- Orientar o setor responsável por meio treinamentos sobre normas e práticas de segurança do trabalho e utilização dos EPIs;
- Verificar o estoque de todos os equipamentos;
- Assegurar-se da procedência, qualidade e dos certificados da ANVISA ou Ministério do Trabalho e Previdência;
- Treinar os colaboradores em relação a utilização dos EPIs e informá-los sobre sua importância;
- Fiscalizar periodicamente os funcionários para atestar se os equipamentos estão sendo utilizados de maneira correta.
Logo, utilizar o EPI de forma aleatória e objetivando apenas o cumprimento da lei, ainda não é a forma mais eficiente de garantir a segurança. Ainda mais tratando-se do Brasil, denominado, em 2021, o segundo país do G20 em mortalidade no trabalho.
Quais são os principais cuidados na hora de comprar EPI’s?
Agora que a importância dos EPIs foi esclarecida, é preciso saber: como comprar?
Primeiramente, vamos relembrar que os equipamentos de proteção servem, como o nome diz, para proteger a vida e saúde dos profissionais. Portanto, ter certos cuidados na hora da compra é fundamental para não levar gato por lebre.
Necessidade, quantidade e qualidade.
Essas são as três palavras-chave para embasar as compras de EPI.
Uma dica bem importante é pedir a um técnico de segurança do trabalho para que vá até a empresa e verifique quais são as ocupações e assim alerte quais os equipamentos necessários para cada um, bem como a quantidade indicada.
Nesse caso, a ocupação e o número de funcionários são informações importantes, além da rotatividade dos equipamentos.
Por fim, mas nunca menos importante, a qualidade.
No mercado, há inúmeros fabricantes de EPIs, com os mais variados preços, além disso, nos últimos anos houve um crescimento da disponibilização de produtos importados sem atender as especificações técnicas necessárias.
E nem sempre o setor responsável pela compra sabe da importância de atentar-se para fatores como procedência e qualidade dos itens. Por isso, é importante que os profissionais responsáveis pela solicitação façam a orientação quanto a:
- Procedência e Idoneidade do fornecedor;
- Certificação de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Previdência Social;
- Capacidade de entrega com qualidade;
- Eficiência em atendimento e cumprimento de prazos.
Esses quatro itens são indispensáveis, pois garantem a qualidade do produto e a segurança dos profissionais.
Vale salientar que a Lei n.º 6.514/77 da CLT e regulamentada pela NR6 também
exige a marcação de lote de fabricação do equipamento, amplia as obrigações de fabricantes e importadores e exige a implantação de sistemática de avaliação de EPI para fins de emissão de CA (Certificado de Aprovação).
A Resolução RDC Nº15, de 15 de março de 2012, estabelecida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estabelece os requisitos para as empresas que realizam o processamento de produtos para a proteção da saúde.
Ela se aplica aos Centros de Material e Esterilização (CME) e estabelece normas em relação aos equipamentos, a utilização, os profissionais responsáveis, o recebimento e limpeza dos equipamentos.
Sendo assim, verificar junto ao fornecedor de EPI’s se possui os CA’s exigidos por lei, é uma dica importante para evitar problemas posteriores e obter o respaldo necessário para profissionais e empresas.
Considerações finais
A ideia de comprar produtos importados, tanto pela ilusão de redução de custo muitas vezes significa uma baita dor de cabeça. Por não possuírem nenhum dos fatores citados acima, a qualidade é inferior, e sendo assim, a eficácia é prejudicada.
Sabendo de tudo isso, ter e exigir a qualidade desses equipamentos em seu negócio é uma responsabilidade que garante a vida, integridade, bem-estar e qualidade de serviço dos profissionais. Esses, é claro, que são personagens fundamentais da empresa.
Portanto, gestores e colaboradores precisam compreender os riscos da falta dos EPIs, para entender a necessidade deles. A educação sobre isso é um passo importante na formação de uma empresa que possui como um dos valores, a segurança e saúde no local de trabalho.
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