Biossegurança na Odontologia: Por Que é Essencial?

A biossegurança é um termo cada vez mais mencionado no dia a dia de clínicas odontológicas. Mas, ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de usar luvas e máscaras para evitar contaminações.

A biossegurança na odontologia garante que, desde o momento em que o paciente entra no consultório até a conclusão do tratamento, todos estejam protegidos.

Isso envolve seguir normas definidas por órgãos reguladores e adotar boas práticas que, com o tempo, se tornam parte natural do trabalho do dentista e de sua equipe.

O que é biossegurança na odontologia?

A biossegurança na odontologia pode ser resumida como o conjunto de ações, medidas e procedimentos que visam prevenir, controlar ou eliminar riscos biológicos que ameacem a saúde de pacientes e profissionais.

Esses riscos incluem a exposição a microrganismos nocivos — vírus, fungos, bactérias — que podem ser transmitidos por contato com saliva, sangue ou outros fluidos corporais.

No consultório, esses cuidados vão além da higienização simples. A biossegurança abrange desde a esterilização de instrumentos e equipamentos até o descarte adequado de resíduos. É ela que define como o ambiente odontológico deve ser planejado e mantido, garantindo que tudo funcione de maneira segura e confiável.

O que são as classificações de áreas de segurança na biossegurança?

A classificação de níveis de biossegurança foi originalmente elaborada para laboratórios que lidam com microrganismos de diferentes graus de periculosidade — por exemplo, vírus altamente contagiosos ou bactérias que podem causar infecções graves.

Na odontologia, no entanto, o ambiente clínico, em geral, se enquadra no que chamamos de NB2.

Por quê?

  • NB1 é o nível de biossegurança básico, aplicado a microrganismos que não causam doenças em humanos saudáveis.
  • NB2 se refere a agentes que podem causar infecções moderadas, porém controláveis. Esse é o patamar que cobre a maioria dos procedimentos odontológicos, já que há risco de contato com vírus ou bactérias relativamente comuns (hepatite B e C, por exemplo), mas para as quais existem medidas de prevenção e tratamento.
  • NB3 e NB4 são níveis reservados para agentes muito perigosos e facilmente transmissíveis, como o Bacillus anthracis (no NB3) ou o vírus Ebola (no NB4). Esses patógenos não costumam ser manipulados em consultórios odontológicos convencionais, mas sim em laboratórios de pesquisa ou hospitais especializados.

Portanto, quando falamos em biossegurança na odontologia, geralmente estamos dentro do escopo NB2.

Pontos essenciais da biossegurança na odontologia

A biossegurança não se limita apenas a um cuidado específico, mas ao conjunto de várias práticas que, combinadas, produzem um ambiente mais seguro.

A seguir, listamos alguns pontos fundamentais que não podem faltar em nenhum consultório odontológico:

Higienização das mãos

Simples, mas fundamental. Lavar as mãos de forma adequada com sabão líquido, após remover anéis e pulseiras, é o primeiro passo antes de vestir luvas.

O uso de álcool gel também complementa o processo. Essa prática básica reduz drasticamente a transmissão de microrganismos.

Uso correto de EPIs

Máscaras, luvas, óculos de proteção, aventais e gorros são itens que formam uma barreira física contra fluidos e microrganismos.

Devem ser utilizados seguindo as orientações de cada fabricante e trocados regularmente. Não adianta usar a mesma máscara por dias, por exemplo.

Esterilização de instrumentos

Brocas, espelhos, pinças e outros dispositivos precisam ser esterilizados, não apenas limpos.

A esterilização, feita em autoclaves com vapor sob alta pressão e temperatura, é um método seguro para eliminar microrganismos.

Desinfecção de superfícies e equipamentos

Após cada atendimento, a cadeira odontológica, bancadas, luz refletora e outros equipamentos devem ser desinfectados.

Esse passo é essencial para eliminar qualquer risco de contaminação cruzada entre um paciente e outro.

Descarte de resíduos

Resíduos odontológicos não podem ser descartados no lixo comum. Luvas, gaze, agulhas, ampolas e outros materiais contaminados precisam de um descarte diferenciado em recipientes e sacos adequados.

Materiais perfurocortantes, por exemplo, devem ficar em caixas específicas que protejam contra acidentes.

Organização do ambiente

Setorizar o consultório e manter um fluxo de trabalho bem definido ajuda a reduzir a chance de contaminação.

A área limpa, onde ficam materiais esterilizados, deve ficar separada da área suja, usada para limpeza prévia de instrumentos. Isso evita que itens limpos entrem em contato com outros ainda não higienizados.

Manutenção de equipamentos

Autoclaves, seladoras e demais aparelhos precisam ser revisados e calibrados periodicamente.

Um aparelho com defeito pode comprometer toda a cadeia de biossegurança, colocando em risco a saúde de pacientes e profissionais.

Vacinação da equipe

Profissionais e assistentes devem manter em dia as vacinas recomendadas para a área da saúde, como a Hepatite B. Assim, em caso de acidentes ou pequenas falhas no protocolo, o risco de contrair doenças graves diminui.

Treinamento constante

A equipe deve receber capacitações e se atualizar sobre novas normas e protocolos. Assim, todos entendem a importância dessas práticas e agem de forma preventiva, integrando a biossegurança ao dia a dia de trabalho.

Qual é o papel dos EPIs em relação à segurança dos dentistas e pacientes?

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são peças-chave na biossegurança odontológica. Eles funcionam como uma camada de proteção extra, minimizando o contato entre o profissional e eventuais agentes biológicos presentes nos fluidos corporais.

Confira abaixo a função de cada um:

  • Máscaras: evitam a inalação de aerossóis, que podem conter microrganismos prejudiciais à saúde. Também impedem que o profissional transmita algo ao paciente por meio de gotículas de saliva.
  • Luvas descartáveis: bloqueiam o contato direto das mãos do dentista com a boca e fluidos do paciente. São essenciais para evitar a transmissão de doenças e devem ser trocadas após cada procedimento.
  • Óculos de proteção ou viseiras: protegem os olhos contra respingos de saliva, sangue e produtos químicos. São úteis em procedimentos que geram aerossóis, como profilaxias e usos de alta rotação.
  • Aventais e jalecos: normalmente possuem mangas longas e impedem que o uniforme ou roupa comum sejam contaminados. Há versões descartáveis e impermeáveis para situações de maior risco de contato com líquidos.
  • Gorros ou toucas: reduzem a possibilidade de contaminação pela queda de cabelos no campo de trabalho e protegem o profissional de respingos. É um item frequentemente usado em procedimentos cirúrgicos ou que envolvam bastante pulverização de fluidos.

A escolha correta dos EPIs deve considerar fatores como conforto, ergonomia e durabilidade. É fundamental observar as normas vigentes e, claro, seguir as recomendações de fabricantes e autoridades de saúde.

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